Dólmen da Portela da Anta


No planalto da Freita, a Portela da Anta será, provavelmente, o monumento megalítico mais acessível do território. Surpreende pela sua volumetria e pela uniformidade com que se desenvolve, a partir de uma pequena mamoa. Datada de finais do IV milénio antes de Cristo, insere-se, de forma curiosa, na belíssima paisagem envolvente, numa conjugação interessante entre a vida, renovada pela natureza a cada ciclo, e a morte, que pode não significar o fim de tudo.

Específico:

Este espaço, que já aparece referido em documentos medievais do Séc. XIII, deve o seu nome à grande mamoa que aqui encontramos: uma sepultura megalítica, cujos traços culturais definem um conjunto de sociedades pré-históricas que construíam monumentos com pedras de grandes dimensões, vulgarmente designadas por Antas ou Dólmens (se bem que se inserem neste tipo de arquitetura outros monumentos de caráter não funerário, como os menires). Esta expressão arquitetónica, proveniente do período Neolítico, arrasta-se até à Idade do Bronze, evoluindo para monumentos não megalíticos, cuja estrutura funerária interna da mamoa perde volumetria e diversifica o tipo de sepultura. 

O monumento principal é designado por Mamoa da Portela da Anta, apresenta cerca de 35 metros de diâmetro, envolvendo os restos de um dólmen de corredor, cujos trabalhos arqueológicos revelaram um curioso círculo lítico, de função presumivelmente ritual, adoçado à mamoa pelo lado Oeste. A Este, identificou-se, ainda, um átrio que se abre em frente ao corredor da câmara, delimitado por um murete, cuja interpretação incide igualmente no carácter cerimonial. 

O espólio arqueológico resultante da escavação é constituído essencialmente por algumas dezenas de fragmentos cerâmicos, utensílios em pedra lascada (pontas de seta e lâminas) e um pequeno furador em cobre, sugerindo como fase final de utilização deste monumento a Idade do Bronze.

Desta forma, a Portela da Anta terá sido utlizada durante mais de um milénio (entre finais do IV e II milénio a.C.), sendo a grande sepultura coletiva das comunidades pastoris que frequentavam a Serra da Freita há cinco mil anos. 

 Em época romana, a sepultura foi reutilizada, aproveitando o espaço «sacralizado» desde a pré-história para receber uma incineração. O espólio exumado, que acompanharia esta deposição, caracterizava-se por um pequeno fragmento de um recipiente em vidro esverdeado e cerca de meia centena de pequeníssimas contas de colar em grafito.

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Informações úteis

Serra da Freita, 4540, Albergaria da Serra
Aveiro, Arouca, Arouca
  • Latitude 40,860599
  • Longitude -8,26168