Libélulas ou libelinhas?


Tipologia: exploração de recursos 

Descrição: «Tira-olhos», «Helicópteros» ou «Cavalinho-das-bruxas», entre outros, são alguns dos nomes comuns por que conhecemos libélulas e libelinhas. É nas margens e imediações dos cursos de água (rios, ribeiros, regatos ou presas) que poderemos observar, no Arouca Geopark, estes insetos que pertencem à ordem Odonata. Esta ordem divide-se em dois grupos distintos: as libelinhas (subordem Zygoptera) e as libélulas (subordem Anisoptera) que, por sua vez, têm características distintas.

Estes animais são artrópodes e, como tal, têm o corpo dividido em três partes: cabeça, tórax e abdómen. Adicionalmente, possuem seis patas e quatro asas. As libelinhas distinguem-se facilmente das libélulas, entre outras características, pelo facto de as primeiras apresentarem os dois pares de asas (anteriores e posteriores) com uma forma idêntica. Quando estão em repouso, mantêm as asas na vertical e fechadas, ou ligeiramente abertas. Por sua vez, as libélulas apresentam o primeiro par de asas (anteriores) com um formato diferente do segundo par (posteriores) e, quando em repouso, mantêm as asas abertas e na horizontal. 

Ovo, larva e adulto são os três estádios de desenvolvimento de libélulas e libelinhas, insetos que apresentam uma metamorfose incompleta. As larvas das espécies existentes em Portugal são aquáticas, por conseguinte o estabelecimento das populações depende da existência e preservação, no Arouca Geopark, dos habitats de água doce. A observação dos Odonata pode fazer-se durante todo o ano: nos meios aquáticos há sempre larvas, e assim que as temperaturas começam a subir (principalmente a partir da primavera) é possível avistar os adultos a sobrevoar os cursos de água e a sua envolvente, em busca de alimento. São muito úteis, uma vez que se alimentam de uma grande quantidade de moscas e mosquitos. 

Libelinhas e libélulas têm uma excelente capacidade de visão, proporcionada pelos seus dois enormes olhos compostos. As suas asas (fase adulta) têm um complexo sistema de nervuras que vão permitir a estes seres terem um batimento de asas muito rápido e atingirem uma velocidade considerável. Tal facto é importante para caçar ou fugir dos predadores tais como aves insetívoras ou outros insetos (incluindo a própria ordem Odonata). Já os ovos e larvas são apreciados por peixes, anfíbios, répteis (essencialmente cobras de água), aves e insetos aquáticos. O acasalamento (cópula) destes animais assume uma forma bastante curiosa, pois quando o macho e a fêmea estão unidos assemelha-se a um “coração” estilizado.

Por fim, a título de curiosidade, há cerca de 350 milhões de anos, as florestas do Carbónico eram habitadas pela Meganeura . Este ser, atualmente extinto, surgiu durante a Era Paleozoica (à semelhança das trilobites) e assemelha-se às libélulas atuais, conforme nos atestam os fósseis. Os seus corpos estreitos e longos poderiam atingir 80 cm de envergadura pelo que este é o maior inseto voador de todos os tempos. 

No Arouca Geopark observam-se várias espécies de Odonatas nos cursos de água dispersos por todo o território. De salientar a existência das Estações de Biodiversidade (EBIOs) do Merujal e dos Passadiços do Paiva (Biospots do Paiva) que contem informação e imagens de algumas espécies que ocorrem na Serra da Freita e vale do Paiva, respetivamente. Poderá ainda explorar alguns destes seres no nosso website, conforme sugestões abaixo.


Sugestões de exploração da temática:

  • Explore algumas das libélulas e libelinhas do Arouca Geopark no nosso website , ou através do Guia «À descoberta da biodiversidade do Arouca Geopark» disponível  na aquisição do «Kit da Biodiversidade» aqui ;
  • Conheça as EBIOs do Arouca Geopark (pdf anexo); 
  • Recomendamos ainda a consulta da seguinte bibliografia:  Maravalhas, E. & Soares, A. (2013). As libélulas de Portugal. Vento Norte. Porto. 335p;
  • Dê largas à imaginação dos mais novos! Usem materiais de pintura, reciclem materiais, ou outros e decorem a libélula anelada constante no documento pdf anexo.

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